quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Tri de Vettel e da Red Bull

A história da equipe Red Bull começou em 1997 com o retorno de um tricampeão à categoria: Jackie Stewart – fundando e dirigindo a equipe que levava o seu nome. A Stewart foi uma equipe começada do zero, como raramente acontece na categoria. Jackie usou de sua competência e influência no meio para transformar uma equipe estreante em equipe média. Nos seus três anos de existência a Stewart contou com a pilotagem de Rubens Barrichello, que durante este período teve como companheiros Jan Magnussen, Jos Verstappen e Johnny Herbert. O progresso da equipe é perceptível na escalada da tabela de construtores: 1997: 9º , 1998: 8º e 1999: 4º. Neste último ano Herbert vence o GP da Europa, disputado em Nurbugring. Barrichello termina o ano em 7º e Herbert em 8º. A equipe chama a atenção do mundo e a Ford - seguindo a tendência da época de montadoras entrarem ou retornarem à categoria - adquire a Stewart. Barrichello assina com a Ferrari e troca de lugar com Eddie Irvine. No ano 2000 a Ford rebatiza a equipe com uma de suas marcas – Jaguar. Quando uma grande empresa adquire uma pequena os conflitos são eminentes e o resultado reflete no gerenciamento da equipe. Em seu primeiro ano o belíssimo carro de cor verde despenca para a 9ª posição na tabela de construtores – na frente apenas da quase falida Prost e da eterna lanterninha Minardi. Nos quatro anos seguintes a situação não mudou muito – 8ª em 2001 e 7ª entre 2002 e 2004. Irvine foi o principal piloto da equipe, conseguindo dois pódios e críticas ríspidas da presidência da Ford. Afirmavam que o salário do irlandês era maior que de qualquer executivo da empresa. Crítica esta que mostra a completa falta de conhecimento da empresa americana no esporte. A Ford desiludida com a falta de resultados, com o alto custo e com a “queimação” da imagem da Jaguar fez como qualquer outra grande empresa e acabou passando adiante sua equipe de F1 – ou o problema. Quem comprou? Uma empresa que produz bebidas energéticas mas que tem como foco o marketing esportivo, presente como patrocinadora há anos na F1 e em vários esportes – a Red Bull. Os prejuízos da Ford não pararam por aí, e em 2008 eles acabaram passando adiante a luxuosa marca de carros de rua Jaguar. A compradora foi a empresa indiana Tata. A Red Bull trouxe uma forma inovadora de tratar a equipe e consequentemente o esporte. Posteriormente o grupo comprou também a Minardi. Rebatizada de Toro Rosso (ou Touro Vermelho em italiano) a equipe recebeu a missão de ser a “maternidade” dos pilotos da Red Bull. Em 2009 a Toro Rosso cumpriu seu papel e entregou pronto para a equipe principal o jovem Sebastian Vettel, e já no seu primeiro ano conquista o vice-campeonato. Em 2010 Adrian Newey passa a projetar os carros da Red Bull. Resultado: 3 títulos de construtores e 3 títulos de pilotos com Vettel. No último título, conquistado nesta semana, recordes que ficarão para a história, como o mais jovem tri-campeão e o primeiro a vencer os três primeiros títulos de forma consecutivas.Venceu nada menos que outros 5 campeões em atividade. Investimento, competência e paciência fizeram de uma equipe que foi criada por um ex-piloto e quase arruinada por uma gigante da indústria automobilística, a transformar-se numa marca de energéticos temida por nomes como Ferrari, McLaren, Mercedes e Lotus. E não adianta mais chamar de RBR, como a rede de televisão que transmite as corridas antes fazia. É Red Bull aqui e em qualquer lugar do mundo – equipe tri-campeã do mundial de construtores e pilotos.

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